A Sony sempre foi uma marca com muito respeito e fãs. Todos os seus produtos, sejam TVs, notebooks, videogames, câmeras digitais, filmadoras, MP3 Players, enfim, tudo o que ela produz ou produziu sempre foi sinônimo de qualidade. Porém, ultimamente ela vêm enfrentando uma forte concorrência e está tentando conquistar um espaço maior em seguimentos onde ela nunca foi líder, o mercado de smartphones.
Mesmo lançando bons produtos, como a linha Xperia ARC e S, ela nunca representou ameaça à Samsung e Apple na liderança do mercado de smartphones. Agora ela lançou produtos novos em todas as faixas de preços, com aparelhos entre 399 e 2499 reais.
E hoje falaremos sobre um aparelho que está em uma dessas pontas, a mais barata delas: o Xperia E1, um smartphone que pode ser encontrado com o preço sugerido de 399 reais na versão de um chip e por 499 reais, na versão dual SIM e com TV digital, dois itens muito importantes para os brasileiros.
Apesar de ser visivelmente um produto voltado ao mercado de entrada, o Xperia E1 tem um design bonito e diferenciado de seus concorrentes e claramente remete à identidade dos smartphones da Sony. Com um visual retangular e bordas levemente arredondadas, seu corpo possui a mesma aparência do Xperia Z2.
No entanto, enquanto que o Z2 possui as laterais feitas de alumínio e a traseira em vidro, o E1 possui seu corpo totalmente feito em plástico. O acabamento chega a ser exageradamente simples, principalmente quando visto pessoalmente. Mas, se levarmos em conta o seu preço, não daria mesmo para esperar algo muito diferente disso.
A entrada micro USB, usada para conexão de dados e carregamento do aparelho, fica à sua esquerda. Os botões de controle do aparelho (volume e liga/desliga), ficam do lado direito. O botão liga/desliga é o mesmo dos demais integrandes da linha Xperia, porém é de plástico e não alumínio, como acontece com seus irmãos mais caros. Nessa versão com TV digital, a antena também fica deste lado, logo acima do botão de volume.
Em cima, além do conector P2 para fone de ouvido, há um botão dedicado ao walkman, que neste aparelho é o player de música oficial. Esse aparelho não nega sua vocação para música, pois além da função walkman, seu alto-falante possui um bom nível de volume, mesmo com o posicionamento na tampa traseira.
E falando na tampa traseira, ela é em plástico e, na versão branca, notamos que ela fica suja com certa facilidade, porém pode ser facilmente limpa, já que ela é removível. Ao retirá-la, tem-se acesso à bateria de 1700 mAh que, apesar do tamanho, possui uma ótima autonomia, como veremos adiante. Também temos acesso aos dois slots para os SIM Cards de tamanho normal e ao slot micro SD.
Sua área frontal não possui botões físicos ou capacitivos. Os botões voltar, home e multitarefa são virtuais e ficam na própria tela do aparelho. Ela possui 4 polegadas e resolução de 800x400 pixels. Depois do acabamento, é essa tela que entrega a característica de aparelho barato do Xperia E1. Assim como no Galaxy SII TV, S3 Slim e Grand Neo Duos, ela é do tipo LCD e possui um painel TFT. Mas sua qualidade é um pouco inferior. Talvez essa sensação ocorra por se esperar mais de uma marca tradicional como a Sony, mas foi essa a impressão que sentimos.
Mesmo sabendo que as pessoas não gostam muito de interfaces personalizadas, acredito que seja difícil reclamar da que a Sony implantou em seu aparelho. Ela é muito bonita! Tem um visual sóbrio e elegante, com ícones bonitos e bem trabalhados. Do papel de parede à barra de notificações e fundo da interface de configurações, tudo é bonito e condizente com a interface. As animações são fluidas e rápidas, com efeitos muito bons.
A Sony criou um ícone nas configurações apenas para personalização, onde é possível trocar os temas, alterar os planos de fundo, etc. Os temas são baseado em cores específicas e personalizam toda a interface, alterando até mesmo a seleção das opções e o led de notificações. Aliás, o E1 possui dois leds, um na parte superior, que faz o papel de notificar, e outro na parte inferior, que produz um efeito durante o uso do Walkman.
O Xperia E1 vem com o Android na versão 4.3, Jelly Bean. Infelizmente não é a versão mais recente, a 4.4 KitKat. Mas isso não chega a ser um grande problema, se pensarmos que as diferenças entre as versões 4.3 e 4.4 são mínimas.
Tudo roda de maneira macia e rápida, apesar do aparelho vir com apenas 512MB de RAM. Isso mesmo, o E1 vem equipado com apenas 512MB. Não temos notícias de outro aparelho lançado recentemente com menos de 768MB. Pelo menos não sentimos falta de performance por causa disso. É provável que o aparelho mantenha menos apps abertos em segundo plano por causa da menor capacidade de memória. Ironicamente, o Google informou que o Android 4.4 roda melhor em aparelhos com 512MB de RAM do que o 4.3, que está no E1.
Em compensação, o E1 está à par com seus concorrentes em poder de processamento, pois possui um chipset Snapdragon 200, o mesmo que equipa o Moto E, L70, L80, L65... Ele é formado por um processador dual core de 1,2GHz e uma GPU gráfica Adreno 302, suficiente para rodar bem o sistema, os apps, e até mesmo jogos pesados, desde que com nível gráfico mediano.
O problema é que quem gosta de jogos complexos vai sofrer com o espaço interno do E1: ele possui apenas 4GB de memória interna, dos quais pouco mais de 2GB estão disponíveis. É possível instalar um cartão de memória e mover fotos, músicas, vídeos e arquivos para ele, liberando espaço interno para instalação de apps. Porém, não é possível mover aplicativos para o cartão de memória. Assim, jogos como Asphalt 8 e Real Racing 3 simplesmente não rodarão no aparelho por falta de espaço e não por falta de processamento.
A câmera é básica e só é útil para emergências. Com apenas 3MP, ela não possui flash, nem foco automático. Ela é capaz de filmar no máximo em resolução WVGA (800 x 480). As imagens tem pouca definição até mesmo com bastante luz, mas é possível tirar fotos enquanto filma. É uma pena que a lente da câmera não possua uma qualidade melhor, pois o app de câmera da Sony é bem agradável e oferece muitas opções. Enfim, a câmera do E1 quebra um galho, mas com certeza não substitui uma câmera compacta tradicional.
Algo que surpreendeu foi sua bateria, de 1700 mAh. Mesmo com uma capacidade que não chama a atenção, ela foi capaz de resistir 24 horas de uso entre mediano e intenso, com acesso à email, ligações e navegação na internet. Com o modo stamina ativado, sua duração foi ainda maior, sendo capaz de aguentar por um dia e meio sem recarga. O modo stamina altera o comportamento do aparelho para economizar bateria, desligando wi-fi e sinal de dados quando a tela está desligada, por exemplo. Funcionou muito bem!
Mas o que mais impressionou na bateria foi a duração dela durante a exibição de TV. Foram 8h50 de reprodução continua, uma marca muito maior do que seus concorrentes, que atingiram uma média de 6h00~6h30.
A Sony realmente investiu no recurso de TV digital para seus aparelhos. Tanto seu modelo top, o Z2, quanto o básico, E1, possuem esse recurso. Até a interface do aplicativo de TV são parecidos. O E1 possui TV digital no padrão 1-Seg nacional, onde a resolução das imagens são baixas, mas em compensação você consegue utilizá-la em movimento, seja dentro do ônibus ou do carro, com poucas ou nenhuma queda de sinal, desde que você esteja em uma área com cobertura.
Ao abrir o app de TV, é possível escolher entre uma lista de canais. Se foi a primeira vez que o app foi aberto, primeiramente ele irá sintonizar os canais, para somente após exibir a lista. Ao clicar na tela, as opções estarão todas do lado direito: controle de troca de canais, grade de programação e lista de canais.
Os botões de troca de canais permite alternar entre uma emissora e outra. A troca leva em média 4 segundos. O botão abaixo exibe a grade de programação, com um resumo e a indicação de cada programa, de acordo com as informações repassadas pela emissora. E o último exibe a lista de canais. Também existe um ícone que informa o nível de sinal da emissora que está sendo exibida.
Dentro da lista de canais, existe um ícone que permite agendar um programa. Você escolhe a data, hora, canal e inclusive se deseja repetir em outros dias da semana. O interessante é que você escolhe o horário e não fica "preso" à grade de programação da emissora, como nos apps de TVs de outros aparelhos, onde um atraso ou adiantamento no início do programa poderia cortar um trecho.
Mas esse agendamento é apenas para que o app de TV inicie e exiba o programa no horário agendado. Infelizmente não é possível gravar os programas, algo que faz bastante falta. Também não conseguimos habilitar as legendas de forma alguma. Achamos estranho o E1 não ter essa opção. Mas se tiver, está tão bem escondida que não conseguimos achar.
O Xperia E1 não foi o primeiro smartphone de entrada da Sony, mas com certeza foi o melhor. Visual característico da linha Xperia, suporte à dois chips, TV digital, bom desempenho, bom volume, ótima autonomia... Realmente são muitas qualidades que o E1 possui. Sua tela poderia ter uma qualidade melhor, mas isso não chega a atrapalhar. Como todo smartphone barato, o que mais faz falta é uma quantidade maior de memória interna, algo que prejudica a instalação de muitos apps, sobretudo games. Ele também poderia vir com mais memória RAM, porém não notamos uma queda de desempenho por causa disso. Sua duração de bateria é ótima e o modo Stamina é algo que deveria ser copiado por outros fabricantes, já que eles tem um modo de economia de energia, mas que não é tão prático e eficiente quanto o da Sony. E ela brilhou no uso da TV, alcançando quase 9 horas de exibição.
Seus principais concorrentes são o Moto E, que tem o mesmo hardware, mas uma tela melhor e mais bateria, além de permitir mover apps para o cartão de memória; o Galaxy Core Plus TV, que tem características quase iguais à do Xperia E1; o L50, que também possui hardware e câmera melhores, mas custa mais; e o L40, com o mesmo hardware, um pouco mais caro e com Android mais atual. São muitas opções, mas o Xperia E1 se sai bem, graças ao seu conjunto e interface.
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